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domingo, 26 de junho de 2011

Monotonia

O poema abaixo, da fase pós-Ímpeto, foi escrito por volta de 1992, baseado num aforismo composto por meu amigo Caius: "O homem é um deus que não deu certo." Pensando nisso imaginei os seguintes versos sendo recitados por um jogral, em que  cada uma das filas repetisse o verso recitado pela anterior, criando assim um eco que realçasse a reiteratividade de cada uma das ações aqui apresentadas. Claro, a métrica obedece à concretude com que outrora tanto flertei:

                                                                         
                       Nasce chora      caga mija e dorme                                                       
                             Chora mama caga mija e dorme                                                                                
                             Chora mama caga mija e dorme
                             Chora come caga mija e dorme
                Brinca briga chora come e dorme
                Brinca briga chora come e dorme
         Estuda brinca briga come e dorme
Trabalha estuda come e dorme
Trabalha estuda come e dorme
Trabalha estuda come e dorme
Trabalha estuda namora come e dorme
Trabalha estuda namora come e dorme
Trabalha estuda noiva  come e dorme
Trabalha estuda noiva  come e dorme
Trabalha se forma      come e dorme
Trabalha casa come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come atura mulher e filho fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Trabalha come fode e dorme
     Se aposenta come fode e dorme                                  
                 Come fode e dorme
                 Come fode e dorme                                
                 Come fode e dorme   
                 Come fode a paciência alheia e dorme
                 Come e dorme
                 Come e dorme
                 Come e dorme  
                 Come e dorme
                 Come e dorme
                 Come e dorme
                 Come e dorme
                        Dorme
                    (De vez.)


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Queda prohibido

         Tengo un amigo que es más que un hermano, pero que a veces, por haber cometido el imperdonable delito de no haber aprendido a hablar español - tarea ineluctable de cualquier latinoamericano que algo valga - comite algunos equívocos. En su maravilloso blog ABC Imaginário (abcimaginario.blogspot.com) recién ha publicado una (mutilada) traducción en portugués de un poema titulado "Queda prohibido", añadiendo tratarse de um poema de nadie menos que Pablo Neruda, seudónimo de un cierto Ricardo Reyes, nombre cuya versión portuguesa designaba a uno de los heterónimos de Fernando Pessoa, con quien mi querido amigo tiene a la vez una asombrosa semejanza física... pero volvamos al punto.
        Leyendo dicho poema en el blog de mi amigo, luego me puse desconfiado de que dicho poema, por su temática,  jamás pudo haber sido compuesto por don Pablo. (No que el poeta cumbre de nuestras patrias no fuese capaz de hacerlo, pero los que conozcan mínimamente su obra sabrán que algo así le haría revoluciones en el hígado... o en el mismo estómago).
Investigando el hecho luego me di cuenta de que tal poema fue en verdad compuesto por el poeta Alfredo Cuervo Barrero, un joven poeta del norte de España. Entonces, como contrapunto al artículo de mi compañero, pero principalmente para hacerle a Neruda y a Cuervo Barrero las debidas justicias, he aquí el poema original: 



¿Qué es lo verdaderamente importante?,
busco en mi interior la respuesta,y me es tan difícil de encontrar.

Falsas ideas invaden mi mente,
acostumbrada a enmascarar lo que no entiende,aturdida en un mundo de irreales ilusiones,donde la vanidad, el miedo, la riqueza,la violencia, el odio, la indiferencia,se convierten en adorados héroes,¡no me extraña que exista tanta confusión,tanta lejanía de todo, tanta desilusión!.

Me preguntas cómo se puede ser feliz,
cómo entre tanta mentira puede uno convivir,cada cual es quien se tiene que responder,aunque para mí, aquí, ahora y para siempre:

Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarme un día sin saber qué hacer,tener miedo a mis recuerdos,sentirme sólo alguna vez.

Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quiero,abandonarlo todo por tener miedo,no convertir en realidad mis sueños.

Queda prohibido no demostrarte mi amor,
hacer que pagues mis dudas y mi mal humor,inventarme cosas que nunca ocurrieron,recordarte sólo cuando no te tengo.

Queda prohibido dejar a mis amigos,
no intentar comprender lo que vivimos,llamarles sólo cuando los necesito,no ver que también nosotros somos distintos.

Queda prohibido no ser yo ante la gente,
fingir ante las personas que no me importan,hacerme el gracioso con tal de que me recuerden,olvidar a todos aquellos que me quieren.

Queda prohibido no hacer las cosas por mí mismo,
no creer en mi dios y hallar mi destino,tener miedo a la vida y a sus castigos,no vivir cada día como si fuera un último suspiro.

Queda prohibido echarte de menos sin alegrarme,
odiar los momentos que me hicieron quererte,todo porque nuestros caminos han dejado de abrazarse,olvidar nuestro pasado y pagarlo con nuestro presente.

Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen más que la mía,no saber que cada uno tiene su camino y su dicha,sentir que con su falta el mundo se termina.

Queda prohibido no crear mi historia,
dejar de dar las gracias a mi familia por mi vida,no tener un momento para la gente que me necesita,no comprender que lo que la vida nos da, también nos lo quita.


sábado, 18 de junho de 2011

A foto nossa de cada dia - Bicicletário de Triagem

Foto feita com o celular - Foto hecha con el móbil 
Foto farita pere de la ĉelfono.


        No meu trajeto das segundas-feiras costumo ir de um trabalho a outro usando os trens do ramal da Leopoldina e o Metrô, fazendo baldeação na estação de Triagem. Esta estação, é bom que se diga, é uma das maiores de todo o Metrô do Rio de Janeiro, chegando a superar em tamanho a estação terminal da Pavuna.
 Surpreendentemente,uma estação em que se integram dois meios de transporte não-poluentes e que dispõe de uma área livre enorme, apresenta aos usuários um bicicletário ridículo de tão ínfimo, que dadas as condições de acomodação das bicicletas, lembra o açouque aqui perto de casa. Já não basta o processo de super-lotação do metrô e o completo descaso com os usuários da Linha 2, será que esses "gênios" da engenharia de tráfego não podiam oferecer bicicletários decentes, incentivando assim o uso da bicicleta como alternativa real aos carros?
        En mi trayecto de los lunes suelo ir de un trabajo a otro usando los trenes de Leopoldina y también el Metro, baldeándome en la estación de Triagem. Ésta, es bueno que se lo diga, es una de las más grandes  de todo el Metro do Río de Janeiro, superando en tamaño a la estación terminal de Pavuna. Sorprendentemente, una estación en que se integran dos medios de transporte no-poluidores y que dispone de una área libre enorme, presenta a sus usuarios un bicicletario ínfimamente ridículo, que, según las  condiciones de acomodación de las bicicletas, recuerda la carnicería cerca de mi casa. ¿Ya no basta todo el  proceso de superlotación del metro y el completo descuido con los usuarios de la Línea 2, será que ésos "genios" de la ingeniería de tráfico no podían ofrecer bicicletarios decentes, incentivando con eso el  uso de la bicicleta como alternativa real a los coches?
        Tra mia lunda deirado mi kutimas trairi de unu laborloko al alia pere de la trajnoj de Leopoldina kaj  metroo, ŝanĝante la mediojn en la stacidomo de Triagem. Tia stacidomo, bonas diri, estas unu el la plej grandaj de la tuta metroo de Rio-de-Ĵanejro, superigante, por siaj dimensioj, eĉ la fina stacidomo de Pavuna. Surprizige, stacidomo kie integriĝas du nepoluantajn transportmediojn, kaj disponanta de grandegan liberareon, prezentas al siaj uzantoj nur ridindan, etetan biciklejon, kie, laŭ la gardkondiĉoj de la bicikloj mem, memoras min pri la buĉejo ĉirkaŭ mia domo. Ĉu ne jam sufiĉas la troŝarĝiga metroa procezo kaj la nenia zorgo pri la uzantoj de la  2a vojo?, ĉu tiuj "genioj" de tra-fika inĝenierado ja ne povus almenaŭ oferi decajn biciklejojn, tiamaniere valorigante l'uzon de l' biciklo kiel vera alternativo al l'aŭtomobiloj?

A Festa da Igreja

   Gente boa que me lê, como no próximo sábado, 13 de junho, será o dia de Santo Antônio e muita gente vai fazer simpatia pra casar logo, resolvi postar hoje sobre a mais sólida tradição do Parque Colúmbia, e que, para muita gente, é a única coisa que realmente funciona no bairro: a festa junina da Igreja Católica.
   Conhecida simplesmente como “festa da igreja”, esse tradicional evento columbiano ocorre tradicionalmente no mês de junho – se não, não seria junina, pô! – a festa é das mais tradicionais: barraquinhas típicas, quadrilhas dançando, meninas levando os rapazes presos e, é claro, muita azaração. A festa deve ter começado ainda na década de 60, afinal a Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser construída justo em 1960, com a chegada do Pe. Eugênio, mas o certo é que a festa ocorreu sempre no mesmo lugar, na rua General Etchegoyen, em frente à paróquia. 
   Durante a festa sempre se apresentam diversas quadrilhas, locais e convidadas, mas a mais conhecida, tradicional e aguardada é a “Quadrilha dos Coroas”, formada apenas por quem já passou dos 50. Existindo desde fins dos anos 70 – até onde eu consigo me lembrar – é claro que a maioria dos coroas originais já estão celebrando as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro na companhia dos próprios, mas como a velhice é um lugar para onde todos estamos indo, não faltará gente para repor os quadros associativos da quadrilha. 
    Ao longo de todos esses anos, a festa sempre teve anos mais movimentados e outros bem apagadinhos, teve até um ano em que foi feita dentro da própria igreja, em razão da violência no bairro. Mas há alguns lances que têm de ser lembrados. Houve uma vez, ainda nos anos 80, que uma equipe de som foi chamada para animar a festa. É óbvio que, lá pelas tantas, a festa junina já tinha virado um baile, cheio de “balanço” – como então era chamada o funk - quando o animador, um cara chato pra cacete, viu o Diógenes dançando lá embaixo e anunciou: “Daqui a pouco, com vocês, o dançarino maluco!!!” e tanto insistiu que levou o Dio pra dançar no palco. Entrevistando aquele que, hoje, é dono da melhor e única pastelaria do bairro, o Dio contou um monte de piadas e, imitando o Sílvio Santos, começou a deixar o “animador” da festa semgração. Daí, ele botou um monte de músicas pro Dio ficar dançando no palco, sendo aplaudido e zoado pela galera lá embaixo.
   Outro lance engraçadíssimo acontecera uns anos antes: o Pe. Eugênio ganhara, de presente para a paróquia, um rechonchudo leitãozinho. Bonitinho, rosinha, até parecia com o “Babe”, do filme “O porquinho atrapalhado”. Bom, igreja não é lugar de porco, e, como nosso bom pároco sabia disso, resolveu fazer um sorteio de brindes durante a festa, oferecendo como prêmio o dito bichinho. Até aí, tranquilo, só que porco não é animal de estimação e, na hora h, a ganhadora do bicho declarou em alto e bom som: “Olha seu padre, eu queria doar o porco pra paróquia, porque, o senhor sabe, a minha casa é pequena... Por quê o senhor não sorteia de novo?” e lá foi nosso sacerdote realizar um novo sorteio, só que, dessa vez, o ganhador não apareceu – eu vi o sujeito escondendo o número sorteado no bolso e saindo de fininho. Novo sorteio, e nada. Mais um, e outro, e o padre já estava exasperado com isso e, enfim o porco saiu pro Seu Zé, morador antigo, que criava porcos num sítio em Magé e que ficou muito feliz com o aumento repentino de sua vara (Calma, galera! “Vara”, é bom lembrar, é o coletivo de porcos, ok?) Eu ainda ouvi o padre comentar com o seu Gilson Mello, de saudosa memória, que “O porquinho bem podia ter saído pra alguém que soubesse fazer um leitão à pururuca”. Espero encontrar vocês todos lá, para que no ano que vem eu poste alguma coisa nova sobre a festa.

Ímpeto - O escultor de flores.

Como se esculpisse flores
procuro os termos exatos
que reproduzam odores
pros teus lábios indecifrados.


Busco falar dos meus antigos amores
com a cautela de quem joga dados,
tento amenizar as cores
nítidas e ardentes do passado.


Mas queimam o meu corpo calores
pelas lembranças reavivados,
e logo me esqueço das dores


que me deixaram desgraçado,
e por outra esqueço teus favores,
e por outra te ponho de lado.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Rua do Latão


Uma das ruas mais conhecidas do bairro é a Rua do Latão. Embora pouca gente saiba que seu nome real é Rua Sussekind de Mendonça, esta rua ficou bastante conhecida desde os primórdios de nossa história por motivos diversos.
Como já contei aqui, era no cruzamento desta rua com a Rua Embaú que ficava localizado o “Despachódromo”. Mas a rua do Latão, que começa nesse ponto e corre em paralelo com a Rodovia Presidente Dutra, tem, nas suas duas calçadas, apenas fábricas, depósitos, transportadoras; enfim, empresas que, durante o dia, apresentam movimento apenas nos horários de entrada, almoço e saída de funcionários, ficando, durante o resto do tempo, praticamente abandonada e deserta.
Ora, lugares assim são excelentes “points” para quem deseja namorar sem correr o risco de ser visto por vizinhos fofoqueiros, parentes chatos ou gente pronta a “segurar vela” – será que ainda há quem faça isso?, ou estou apenas entregando a minha idade?
Numa época em que um bom namoro incluía que, pela garota, o cara sempre dissesse: “Por você, meu amor, mato ou morro!” acontecia entre os anos 70 e fins dos 90, a rua do Latão fosse frequentada pelos mais diversos casais, que, aproveitando-se da tranquilidade total existente após as 18:00 hs – quando as fábricas já estavam fechadas, lá iam atrás de refúgio, sombra, isolamento e tranquilidade para trocarem juras de paixão imorredoura, amor eterno, beijos e amassos, afinal, paixão sempre rimou com tesão.
Nesse aspecto, a rua fornecia excelente logística, já que, apesar de bem iluminada, possuía muitas árvores copadas e frondosas, além dos vãos entre os muros e os portões de entrada das empresas. Tais árvores e muros forneciam bons lugares para que belos casais se formassem em injunção carnal – se é que o leitor me entende. Havia até algumas árvores cujos troncos entortaram, devido à “pressão” que sobre eles era exercida.
Vale lembrar que, até fins dos anos 80, a expressão “violência urbana” era desconhecida no bairro, podendo ditos casais ficarem à total vontade para buscarem as bênçãos de Cupido. Com isso, a fama da rua ficou tão grande que a mesma logo tornou-se extremamente movimentada, chegando a haver quem reclamasse de não ter conseguido vaga numa de suas árvores ou de que todos espaços possíveis já haviam sido tomados quando lá chegaram.
Houve uma história que muito ajudou à divulgação da rua como espaço amoroso privilegiado: um jovem mancebo, lá chegando em bela companhia, divisou, bem acompanhada, a silhueta de sua namorada “oficial”, logo aquela pura jovem a quem ele pedira ao pai para namorar em casa. Claro, houve briga, bate-boca, alguns xingamentos, mas no final deu tudo certo, pois, como se diz por aí: “Chifre trocado não dói.” (Os dois estão ainda bem-casados e, quem sabe, seus dois filhos não estejam me lendo nessa hora...)
Outra história legal foi quando uma das mais lindas – e gostosas – garotas do Parque Colúmbia foi surpreendida “amamentando” sua melhor amiga. Foi uma verdadeira comoção entre a galera que, decepcionada com o lesbianismo implícito da jovem, tratou logo de excluí-la totalmente do nosso convívio. Mas parece que a aventura foi apenas uma experiência, e a gostosa logo viu que desejava algo maior para sua vida e procurou um amigo nosso, cujo apelido era “Ben... Ben Gala”, para que preenchesse seu vazio interior. Quanto a sua amiga, esta até hoje não se consola por ter perdido sua vaca leiteira e vive se lamentando por aí...
Tenho absoluta certeza de que muitos columbianos, hoje na faixa dos 20 aos 35 anos, são verdadeiramente “made in Rua do Latão”, mas hoje em dia, com o aumento da violência local, com o turno noturno de algumas empresas e com o barateamento do preço dos moteis da Pres. Dutra, muitos dos jovens casais que poderiam estar perpetuando uma saudável tradição de namoro “sob as estrelas” estão se divertindo em outras paragens. Afinal, já não existe mais a tradição do “mato ou morro” que mencionei acima, e esses dois lugares tradicionais para a reprodução da espécie têm ficado meio abandonados por nós, sedentários e civilizados. Até a próxima!

Ímpeto - Soneto sem título


Na amplidão do vácuo me projeto,
O cortante frio vento me assola,
No coração vazio introspecto
O medo total que me desola.

Vejo-me desnudo e oco objeto,
Mendigo a pedir esmola,
Valendo a alma menos que um objeto
Despaixão p’la alma que a alma viola.

Privando-me de todo o teto
Saio da penumbra que isola
Isolando também do afeto

Com o silêncio que a alma esfola
Reuno forças mas nem assim veto
Tua presença que não me consola.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A foto nossa de cada dia - Monumento a São Cristóvão

A(s) foto(s) de hoje mostram o monumento a São Cristóvão que existe no chamado "Trevo das Margaridas",nome dado ao entroncamento entre as Avenidas Brasil e Pres. Dutra, no Rio de Janeiro.O monumento em bronze foi inaugurado em 1966 e representa o padroeiro dos motoristas. Restaurado há poucos anos, qual não foi minha surpresa ao,lá chegando para fotografá-lo, percebi que estão roubando partes da estátua! (O cajado florido em que o santo se apoia, assim como sua perna direita, foram serrados! No caso desta última, os bandidos ainda tiveram a audácia de colocar um pedaço de madeira(?) envolvido em um plástico preto, para disfarçar o roubo e manter a estátua apoiada) Espero que essa postagem sirva de alerta a quem de direito, para que ao menos os santos sejam respeitados.


La(s) foto(s) de hoy muestran el monumento a San Cristóbal que existe en el llamada llamado "Trébol de las Margaridas",nombre que se da al encuento entre las Avdas Brasil y Pres. Dutra, en Río de Janeiro. El monumento en bronze fue inaugurado en 1966 y representa el patrono  de los conductores. Restaurado hace pocos años, cuál no ha sido mi sorpresa cuando,ahí llegando para fotografiarlo, percibí que ¡están robando partes de la estatua! El bastón florido en que se apoya el santo, así como su pierna derecha, fueron serrados! En el caso de esta última, los bandidos han tenido aún la osadía de poner un trozo de madera(?) envuelto en una capa plástica negra, para disfrazar el robo y manter de pie la estatua Espero que ese postado sirva de alerta a quien le quepa, para que se respeten al menos los santos. 

Nia ĉiutaga foto montras la monumento a Sankta Kristoforo ekzistanta el la tielnomata "Trevo das Margaridas" , loko kies nomo kurioze signifas "Lekanta Trifolio", deturno inter avenuoj Brasil kaj Prez. Dutra, en Rio-de-Ĵanejro. La bronza monumento estis inaŭgurita en 1966 kaj prezentas la katolikan patronon de la konduktistoj. Restaŭrita antaŭ malmultaj jaroj, kiel min surprizis, tie alveninte por fotografi ĝin, konstati ke oni pokpoke ŝtelas partojn de la statuo! (La florata paŝtista bastono sur kie apogiĝas la sankto, tiel kiel sia dekstra gambo, estis segitaj!!!). Rilate al tiu-ĉi lasta, los rabistoj aŭdacis demeti lignaĵon kovrita kun nigra plasta tuko, por maski la rabon kaj teni la statuon). Mi esperas ke tia postaĵo taŭgus kiel alarmon al la respondemuloj, por ke oni respektu almenaŭ la sanktojn.





Elo

[Durante as férias de julho no já longínquo ano de 1986, eu e meu amigo Dimas de Fonte passamos diversas tardes conversando sobre os mais diversos assuntos de nossos muitos interesses comuns: esoterismo, música, quadrinhos, namoros, literatura etc; Enfim, discutíamos de tudo, no melhor estilo  "Homem-Aranha  do gibi, Bob Dylan, Zaratustra, Dorival Caymmi, e o meu xará que é o Jorge Ben", como dizia meu guru Jorge Mautner. E foi assim, numa daquelas tardes de sol invernal que, empolgados pelas nossas respectivas -muitas- leituras, que compusemos dois poemas dos quais até hoje me orgulho, e dois quais compartilho um com vocês agora. O outro virá em outro momento. E, embora pautados hoje nas palavras do Raulzito, discutindo "as verdades do Universo e a prestação que vai vencer", orgulho-me em afirmar que aquela conversa ainda não acabou.]

ELO

Quando teus olhos me fitam
Com sua luz provinda
Do fundo d’alma, que refletes linda,
No universo sem fim do mundo,
Faz com que meus pensamentos reflitam:

“Ainda que te vejas bela
Da beleza que em ti pousa
Somente minha pequena e singela
Tentativa que um poeta ousa
De mostrar teus encantos
E de ver-te linda em os recantos.”

De tu’alma que a minha torna em prantos
Por tua indiferença
Que a mim cega e entorpece
Um coração onde só tua lembrança permanece

Sofrendo como sofre um louco
Na loucura alegre de tua presença
Ainda que demores, fica tão pouco.
És da cura de um doente a convalescença.

Onde recupero a saúde que perdi
No momento em que tudo se foi
Para mim como para ti.
Loucura que vivemos os dois.

De lembrança agora vivo
Na solidão que me assalta
Apesar da dor, semblante altivo,
Em busca de outra para saciar tua falta.


terça-feira, 7 de junho de 2011

La foto nuestra de cada día / Nia ĉiutaga foto / A foto nossa de cada dia

   

  ¡Hola! Esta es una sección del blog en que pretendo colgar aquellas fotografías que “cometo”. Un día quizás pueda decir, como los buenos amantes y los profesionales, que las “hago”, pero tengo mucho que caminar cuanto a ello. Son fotos captadas por mí o por amigos – desde luego debidamente identificados – y que de algún modo se relacionan con el propósito de este blog.
   La foto seleccionada para abrir esta secuencia retrata el vitral existente sobre una de las entradas de la Matriz de Santa Rosa de Lima, en Jardín Amércia, RJ. Hoy una entrada lateral, la puerta sobre la cual está el vitral era la principal de la antigua iglesia, antes de la reforma sufrida en los años 80. Representa a Santa Rosa, primera santa católica de Latinoamérica, nascida en la capital de Perú, y es interesante notar sus trazos indígenas.
   Esta foto fue hecha con una máquina digital Kodak EasyShare C182.
  
    Saluton! Ĉi-tiu estas blogoparto kie mi intencas enmeti fotojn kiujn mi fuŝumas. Eble iutage mi povos diri – kvazaŭ la bonaj amatoroj kaj la profesiuloj, ke mi ilin “faras”, sed mi ankoraŭ havas multon por marŝi ĝis tie. Tiuj-ĉi estas fotoj kaptitaj de mi aŭ de amikoj – kiuj volonte mi “denoncas” – kaj kiuj iamaniere rilatiĝas al la objektivo de la blogo.
   La foto elektita por malfermi tiun sinsekvon montras la vitralon ekzistanta super unu el la enirejoj de la Matriz de Sankta Rosa el Lima, en Jardim América (Amerika Ĝardeno), RJ. Hodiaŭ flanka, la pordo sur kie staras la vitralon estis la precipa enirejo de la antikva preĝejo, antaŭ la reformo suferita dum la 80-aj jaroj. Ĝi reprezentas Sanktan Rosan, la unua katolika sanktulino el Latinameriko, naskita en la peruvia ĉefurbo, kaj interesas rimarki ŝiajn indiĝenaj trajtoj.
     La foto estis farita per aparato Kodak EasyShare C182.

Olá! Esta é uma seção do blog em que eu pretendo postar aquelas fotografias que eu “cometo”. Um dia, quem sabe, eu direi, como os bons amadores e os profissionais, que as “faço”, mas ainda tem muito chão pela frente. São fotos captadas por mim ou por amigos - devidamente identificados, claro –e que de alguma forma estão relacionadas ao propósito deste blog.
  A foto escolhida para abrir esta sequência retrata o vitral existente sobre uma das entradas da Igreja Matriz de Santa Rosa de Lima, em Jardim América, RJ. Hoje uma entrada lateral, a porta sobre a qual o vitral fica era a principal da igreja antiga, anterior à reforma sofrida nos anos 80. Retrata Santa Rosa, primeira santa latino-americana, nascida na capital do Peru, e por isso é interessante notar seus traços indígenas.
  Esta foto foi feita com uma máquina digital Kodak EasyShare C182.




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como fui a estudiar español

     Muchas veces mis amigos y alumnos – y las dos cosas no se excluyen – me han preguntado la razón de haberme decidido volver profesor de español. Sin embargo, la misma expresión curiosa de cuando me lo preguntan rápidamente se vuelve en la de la más profunda incredulidad al cabo de mi explicación. Seguramente eso ocurra porque la historia misma tiene algo que despierta, en la mayoría de las personas, uno de sus miedos más irracionales: el de, en una sociedad como la nuestra, en que todo se orienta hacia una total búsqueda por la seguridad económica que le permita a uno el ejercicio del sacrosanto derecho al consumo – signo cumbre de la ciudadanía postmoderna – uno se haya permitido arriesgar todo a causa de un simple sueño parezca terriblemente insólito. Pero vamos a la historia.
     El año de 1986 – en que tenía yo 18 años – fue uno de aquellos annus mirabilis que marcan para siempre nuestras vidas: fue el año en que empecé a estudiar música, tomando en serio unas pocas clases de guitarra que, si no me sirvieron mucho para aprender dicho instrumento, a la vez que al profesor le interesaba más tocar su instrumento en muchos de los grupos rock que habían surgido en la escena desde el año anterior (RPM, Ultraje a Rigor, Legião Urbana y otros) que realmente preparar y comparecer a sus clases. Pero fue también el año en que conocí a una chica maravillosa, con la que he compartido algunos de los momentos más dulces de mi vida, venciendo a una timidez y soledad enormes, típicas de uno que no había aprendido todavía – y dudo que lo haya aún – a comandar sus emociones. Otra de las cosas ocurridas dicho año fue que me he decidido a tomar en serio mi vida: estudiar en un lugar mejor, recuperando el tiempo perdido en una escuela de poquísima calidad; lograr la promoción en el banco donde trabajaba; estudiar cosas más “serias”, como los idiomas, cosa que, desde los tiempos de las clases de Esperanto, sabía yo que me resultaba más fácil que a los demás.
     Así, dejando las clases de guitarra y aprovechando algún tiempo libre, me puse a estudiar dactilografía, cosa que el lector más joven, acostumbrado a digitar con no más que sus dos indicadores, no imaginará lo útil que resulta cuando se trata de escribir en una computadora moderna; también inglés y alemán. "¿Alemán?" - ya se pregunta usted, "¿Estaré equivocado al leer este texto? ¿No era de español que se hablaba?" Sí, pero vayamos con calma: en mediados de los ochenta, las bandas rock alemanas estaban de onda, grupos y cantantes como Nina Hagen, Kraftwerk y Scorpions, a pesar de que éstos cantaran en inglés, tenían gran éxito entre nosotros, y por ello el alemán era bastante divulgado, siendo un diferencial de currículum para muchos. Decisión tomada, bastaba esperar que, en principios de 1987, yo pudiera matricularme en un curso de lenguas.
     Luego descubrí, en Bonsucesso, un cursillo de idiomas denominado Canyon, en que, al menos en la cartelera, se ofrecían cursos de los dos idiomas, más francés y español. Lenguas que estaban en mis planes, pero no por aquel instante. Llegué al curso, hice mi inscripción en el curso de inglés y pregunté por el de alemán, que pronto me dijeron que estaban esperando a que se creara un grupo tal vez en la próxima semana. El sábado siguiente, repetí la pregunta e igualmente me repitieron la respuesta – el tonto aquí era entonces muy inocente para no percibir de inmediato que, en dicho cursillo, jamás había existido un solo grupo de alemán y que yo era el único interesado en estudiarlo...
    Como yo trabajaba por el día – buscando la tal promoción yo trabajaba más que los demás – y estudiaba por la noche, solo me quedaban las noches de viernes para hacer cualquier tarea relativa al curso de inglés, y fue una noche de éstas en que, cansado tras una semana agotadora, me acosté algo más temprano.
    Y entonces soñé.
    Soñé que estudiaba en un escritorio – hasta entonces yo jamás había tenido uno, y siquiera estaba en mis planes tenerlo – y sobre él estaba abierto un mapa de la Península Ibérica – no me pregunten cómo yo sabía que era de dicho lugar, son cosas de los sueños. Y me desperté con la siguiente frase, que me tronaba en la mente como si fuera un rayo: “Voy a estudiar español.” Sencillamente éso, nada más que éso, tan sólo éso.
     Ya era, claro, el sábado y yo tenía que estar a las diez en el curso para las clases de inglés. Pues llegué más temprano y le fui disparando a la recepcionista: "Ya que no hay nada de alemán, ¿hay español por lo menos?" Y su respuesta, esta vez, fue: "Un grupo nuevo está empezando hoy, ¿desearía usted asistir a una clase demostración?" (Claro que, en aquellos idos, yo no sabía que podría llamar a eso sincronicidad; pero hoy día se lo digo tranquilamente)
     Asistiendo a dicha clase luego me di cuenta de que el alemán estaba ya en segundo plan en mi vida, y que todo cambiaría de allí en adelante. Tan solo no me figuraba todavía cuánto, pero de ello hablaremos otro día, por ahora basta terminar con decir que, si uno sigue a sus sueños, su vida entera entra por puertas que podrán llevarlo a caminos los más distintos, pero siempre fantásticos, porque, como dijo ya un cierto don Pedro Calderón de la Barca: “que toda la vida es sueño, y los sueños, sueños son.”

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Jacob do Bandolim (V- Trans la tempo)

TKoro disŝirita de l’emocio
Jacob kaj la kantistino Elizeth Cardoso dum la spektakloj de 1967.

En la 19-a de Marto 1967 estis kundonata Jacobon, fare de la Jazz & Bossa Klubo la “Medajlo Ordo de la Bossa”. Jacob, alvenante al la Teatro Casa Grande, en la Sudparto de Rio, por ĝin ricevi, surpriziĝis vidinte junaĝa publiko, tute malsimila ol tiu al kiu alkutimiĝis dum siaj “noktaj vesperoj” en Jacarepaguá, timigita, li ekpensis ne sin prezenti. Konvenkita de la amikoj, li ŝanĝis sian ideon kaj faris antologikan spektaklo, pri kiu, Jacob rediris: “estis por mi granda feliĉo esti aplaŭdata de la longharuloj, kiuj tuj ekkomprenis mian arton...”. Sed, prenita de l’emocio, post prezenti “Lamentos”, de Pixinguinha, kaj dum ekludadis la unuaj agordoj de “Murmurando”, de Fon Fon, li suferis sian unuan koratakon.
Komence de Aŭgusto de 1969, Jacob interrumpis sian ĉeestadon en Brasília, kie traktiĝis kun Dr-o Veloso kaj revenis al Rio, por repreni siajn funkciojn en la Popolmuzika Konsilantaro de la Son-Imaga Muzeo de RĴ, kie li okupadis na 22-an seĝon, kaj la enregistroj de sia radiprogramo en Nacia Radio – Jacob kaj siaj Ordiskoj – unu el la pokaj programoj kiu, en la brazila radio, specialigis en ŝoro kaj sambo, ĉiam dissendita je la 23:30 horo.
La formo de la programo estis ideata de Jacob mem. Kun sia plenpova radiista voĉo, Jacob, antaŭ prezenti la muziko, ĉiam komentadis faktojn rilatajn al la interpretisto, komponisto aŭ al situacio pri kiu travivadas la brazila popolmuziko.
Tiam, post la dua koratako, Adylia, antaŭzorgeme, ne plu permesadis Jacobon eliri sola. Sed, je la 13-a de Aŭgusto 1969, merkredo, Jacob kiu ekde kiam revenis el Brasília scivolemis pri sia amiko Pixinguinha, pri kiu li sciis travivi iajn problemojn, decidis iamaniere viziti lin. Adylia, kiu estis malsana kaj pro tio ne povis akompani lin, finfine akordis. Inter alie, Jacob volis decidi kune kun Pixinga la realiĝadon de olda revo. Enregistri diskon nur kun muzikoj de la maljuna majstro, kaj kies monrevenon estus nur al li donata.
Jacob estis kun sia amiko dum la tuta posttagmezo, kaj reveninte domen, ankoraŭ en la aŭto suferis sian trian koratakon, mortinte en la brakoj de sia edzino kuŝanta en la verando de ilia domo, estis pli-malpli la 19-a horo.
Dum tia semajno, Jacob enregistris, en Nacia Radio, tri programoj kiuj ne estis elsenditaj. En la lasta, dissendota en la 15-a, vendredo, lia malferma parolado estis dediĉita al relanĉado, fare de Som registrejo de kolekto “É Bossa mesmo”, kum muzikoj de la ĵus mortinta kantisto Ataulfo Alves. Tiam, Jacob salutis la lanĉadon, sed ĝi faris seriozaj kritikoj al registrejoj, kiuj ne sufiĉe disvastigis la artistojn kiam vivantaj, kaj kiuj avide monserĉis pere de kolektoj post iliaj mortoj. (Kiel vidite, tio estis nekredeble profeta dokumento, ĉar, post kelkaj tagoj, Jacob mem mortintus.)
Tio kio li denoncis pri Ataulfon dum sia lasta programo okazintus kun li mem. Dum siaj kvin lastaj vivjaroj, sur la pinto de sia kariero, Jacob enregistris nur unu diskon (Vibrações), unuanime konsiderata la plej bona el ĉiuj la siaj, kaj ankaŭ unu el la plej bonaj brazilaj instrumentaj diskoj por ĉiam. Post sia morto ĝia hodiaŭ, oni lanĉis pli-malpli 10 diskojn kaj 15 kd-ojn de la mandolina majstro.
Jacob trans la tempo
La verko de Jacob do Bandolim multe transcendis la limojn de Radio Gŭanabara, kie li ekkomencis en 1934, kun la grupo “Jacob e Sua Gente”.
La jaroj pasiĝis, siaj diskoj estis eldonitaj, vojaĝadis kaj estis reeldonitaj en Japanio kaj Usono. Muzikistoj tra la mondo adoras kaj interpretas sia repertuaro, en Francio, Venezuelo, Egipto, Rusio kaj Portugalio, redisegnante la realaj limoj de sia verko.
La koncertista rusa pianisto Sergej Dorenskij, kiu frekventadis Jacarapagŭa’ en la 60-aj, ĉeestis la “noktaj vesperoj” tie okazintaj, reveninte Moskvon, renkontis kun Arthur Moreira Lima, kiu tiam studadis pianon kaj rakontis kion li travivis en la jacoba domo. Arthur tiam kompromisis sin en alvenigi al la manoj de Dorenskij, la diskoj de Jacob.
Monatoj poste, mezes de Moskvo, riana ŝoristo, tiu arkitekto kaj kultura movadano Alfredo Britto donadis al la rusa pianisto unu kolekto de diskoj de Jacob. Kelkaj tagoj poste, Radio Moskvo elsendadis programoj pri nekonata kaj dista muzikstilo, prezentante virtuozan interpretisto, kiu elprenis nekredeblaj sonoj el muzikilo kiu rememoris balalaikon, kaj kiu havis tre komplikan nomon: Jacob do Bandolim, nelima. Kaj ĝis hodiaŭ, raraj estas la ŝorrondoj kiuj ne aŭdiĝas mandolinaj stringoj, tiel kiel raras la mandolinistoj kiuj ne havas Jacob-on kiel sian muzika referenco.

Jacob do Bandolim (IV- Televido kaj "Orepoko")

Televido

En 1955, Jacob estis invitita de TV Record de San-Paŭlo organizi TV-montro, muzikprogramo pro Ŝoro nomigita “Ŝorista nokto”. Tioma estis la furoro de ĝi kaŭzita ke TV Record alvokis ĝian precipan prezentiston, Blota Jr., kiel “ceremonia-majstro”, kaj la programo estis lanĉita en la 12-a de Majo de 1955.
Jacob, perceptinte la gravecon havi “vivan” programon en unu el la precipaj landajtelevidkanaloj, invitis gravajn ŝoristojn, inter ili la majstro Pixinguinha (piŝinginja), kun kiu ludis vive dum la programo, akompanataj por la regiona muzikgrupo de la TV Record, sed gardis la novaĵon ĝis la fino: enmentis surscene tiu kiu por ĉiam estus la plej granda regiona muzikgrupo, kun ĉirkaŭ 70 amatoraj muzikistoj.
Ĉioma estis la furoro kaŭzita ke, en 1956, TV Record realigis la “2-an Ŝoristan Nokton”. Kontenta pri la furoro de la grandega regiona de la unua programo, laŭdata de la majstroj Pixinguinha kaj Guerra Peixe, Jacob supreniris kaj surscene demetis ankoraŭ pli grandan muzikgrupon, kun 133 da membroj, tiele formata: 17 mandolinoj, 14 akordeonoj, fluto, fluteto, tenora saksofono, trombono, 4 violonoj, 4 tenoraj gitaroj, 18 ukeleloj, tamburino, 40 gitaroj, 5 ritmiloj kaj 3 drumoj. La granda mandolinisto Isaías Bueno, tiam nur 19-jara, estis unu el la steluloj el tiaj du noktoj.
Malfeliĉe, laŭ informoj el TV Record, la vidbendo el tiuj du noktoj estis detruita. Oni ne scias ĉu per la incendia fajro aŭ per la malklrado de iajn televidestroj kiuj frekvence reutiligis bendoj el antikvaj programoj por novaj enregistroj.
La graveco kaj respekto por Jacob en la muzika medio konduktis lin al prezentado en ĉiuj grandaj televidkanaloj siaepoke: Record, Rio, Excelsior, Tupi kaj Globo.
Je la fino de la 50jaroj, Jacob ankoraŭ enregistradis kun la “Regional do Canhoto”, sed ili havis malfacilaĵojn por renkontiĝi pro la ĉiamplena agendo de la grupo, ĉiam ege disputata de grandaj kantistoj. La lasta partopreno de Regional do Canhoto kun Jacob estis en la disko "NA RODA DE CHORO", enregistrita dum Marto de 1960. En sia konceptado, Jacob necesadis muzikgrupo kiu akompanadis lin kaj kun kiu li kunvenadis ĉiam, kiam necese. La nova muzikgrupo, kreita laŭ siaj ideoj kaj kun trajo de ekskluziveco, regule partoprenis la muzikajn noktojn dum la sabatoj en Jacarepaguá kaj estis formata de Dino 7 Cordas, César Faria kaj Carlos Leite (gitaroj), Jonas Silva (ukelelo) kaj Gilberto d’Ávila (tamburino).


Kun ili, Jacob faris 2 diskoj, “CHORINHOS e CHORÕES” (1961) kaj “PRIMAS e BORDÕES” (1962), kun respektive la nomoj “Jacob e seu Regional” kaj “Jacob e seus Chorões”. En 1966, Jacob, que afirmadis transpasitan la “regionan” fazon, rebaptis tiun grupon kun la nomo CONJUNTO ÉPOCA DE OURO, enregistrante kun ili la disko “VIBRAÇÕES (1967), en kiu partoprenis Jorge José da Silva, alinomita “Jorginho do Pandeiro" kaj la legenda spektaklo kun Elizeth Cardoso kaj Zimbo Trio, en la Teatro João Caetano (1968)”.
Kuriozaĵo estas ke tri el la kvin membroj de ÉPOCA DE OURO estis, kiel Jacob, krom bonegaj muzikistoj, publikaj funkciuloj: César fariĝis Justec-Oficiro; Carlos estis doganisto kaj Jonas, funkciulo en Niteroj, kiu certe lin permesadis plej proksiman kontakton kun Jacob.

Jacob do Bandolim (III - Enregistroj)


Dum la 40-a jardeko, la “Regiona” de Benedito Lacerda okupis la postenon de plej populara muzikgrupo kaj Jacob dividadis lian tempon inter Tribunalo kaj muziko, kie lia precipa funkcio estis ludi en radioj, precipe akompanante gekomencantoj. Sed en 1941, invitita de Ataulfo Alves, li partoprenis de enregistroj “Leva meu samba” (Ataulfo Alves) kaj la fama “Ai, que Saudades da Amélia” (Ataulfo Alves kaj Mário Lago).
En 1947, Jacob lanĉas pere de enregistrejo Continental, lia unua disko kiel soloisto, ia 78 rpm kontenante ŝoron el li mem, “Treme-treme”, kaj la valso “Glória”, de Bonfiglio de Oliveira, kun granda furoro. Li estis akompanita de muzikgrupo kiuj ludadis kun li en radioj, alnomata en la disko “César e seu conjunto”, formata de César Faria kaj Fernando Ribeiro, gitaroj; Pengvino, gitareto kaj Luna, tamburo.
En 1949, RCA VICTOR dungas lin, kie li restis ĝis la fino de sia kariero. Li entute enregistris 52 diskoj de 78 rpm, 12 de 33 rpm, du envivaj, kaj disversaj partoprenoj en diskoj de aliaj artistoj kaj ankaŭ kolektoj. Li enregistris ankoraŭ unu disko por CBS. De 1949 ĝis 1951 li enregistris kun la muzikistoj de Radio Ipanema, ĉiam kun ĉeesto de César Faria. Ekde marto de de1951 ĝis marto de 1960, akompanis lin akompanita de Regional de Canhoto. Dum tiam, en kelkaj registroj, orkestroj akompanis Jacobon.

Suito "Retratos" - Veran defion
Inter la fino de 1956 kaj 1958, Radamés Gnatalli komponis retratojn, suito por mandolino, orkestro kaj regiona grupo, kie li omaĝis, en ĉiu movado, unu el la kvar komponistoj kiuj li mem konsideradis geniaj kaj fundamentaj en la formado de nia instrumenta muziko: Pixinguinha [piŝinginja] , Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros kaj Chiquinha [ŝikinja] Gonzaga.
Kiel ĝi estus fotografion el la animo de ĉiuj el la omaĝataj, Radamés enmetis en la unua movado ŝoron bazitan sur Carinhoso, en la dua, valso en Expansiva, en la tria, Schottisch rememorante Três Estrelinhas kaj en la kvara movado, Maxixe "a la" Corta Jaca. Verko de rara beleco kaj petante soloisto sentema kaj kun muzika kono. Radamés dediĉis RETRATOS-n Jacoben, kiu, por ĝin ludi, deviĝis sin profundigi siajn konoj el muzika teorio, komencitaj en 1949, helpata de Chiquinho do Acordeon (Romeu Seibel) kaj sia memobstino. Jacob registris la radian estrenon de Retratos, ludata de Chiquinho en Nacia Radio, en la fino de 50-jaroj kaj, ekde tie, ree studis la verkon por, finfine, enregistri ĝin en 1964. Maje samjare, Jacob skribas leteron Radamés-en por konfesi ke “valoris la penon resti endome dum la karnavalo de 1964, devorante kaj aŭtopsiante la plej malgrandaj detaloj de la verko...”, Jacob, kiu ekkomencis ludante perorele kaj fanatikis por testludoj, riveladis nun novan vangon: tia de studema muzikisto. Aŭguste ’64, Jacob preparis la unuan publikan ludadon de Retratos, akompanata de CBS-a Orkestro, en la Belarta Muzeo de Rio-de-Ĵanejro.
Retratos” estis kvalita salto en Jacob-a kariero kaj en brazila muziko. La perfekta kunfandiĝo inter kamerata kaj popola lingvaĵoj, Radamés inaŭguris novan dimension en Ŝoro, kiu nur maturiĝus post 20 jaroj.

GRBC Amor à Natureza

Pra quem costuma dizer que “no Parque Colúmbia nunca acontece nada”, que “nesse lugar a única diversão é ir pra igreja” – deve ser por isso que temos tantas – e que “o Colúmbia fecha pra dormir”; este post vai mostrar que isso nem sempre foi assim: pois o nosso bairro já teve inclusive um bloco de Carnaval! O Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco Amor à Natureza.
Fundado em meados dos anos 70 (foi em 76 ou em 77?) pelo Sr. Orlando, então conhecido e próspero “corretor zoológico” com negócios sediados na lanchonete da Rua 01, o bloco logo congregou diversos moradores cujo esfuziante espírito carnavalesco ficara escondido por não terem, no bairro, onde afinar seus tamborins: Chiquinho, Lúcia, Isac, Serginho etc.
Ora, sendo o fundador um microempresário do ramo de apostas animalescas, fica claro o porquê do nome: era uma forma de homenagear os 25 bichinhos que colaboravam com o empreendimento de nosso amigo. Entretanto, o nome acabou por atrair outros bichos e bichas que, no bairro, não tinham a liberdade de expressão desejada. Logo logo toda essa gente pôde abrir suas asas, soltar suas feras, entrar nessa festa e mandar sua tristeza embora no Carnaval.
O bloco desfilava na Rua Mercúrio, Pavuna – onde sempre ocorriam os desfiles dos blocos de Pavuna, Colúmbia, Ricardo, Anchieta, Mariópolis e adjacências – chegando a ser premiado em alguns deles. Além disso, o bloco sempre saía quando havia algum evento importante e a comunidade do bairro ia pra rua comemorar: a vitória do Flamengo no Mundial de Clubes de 1981, os jogos da Copa do Mundo de 1978 e 1982, enfim qualquer motivo era um bom motivo pra botar o bloco na rua, em bom sentido.
Conta-se a lenda de que o bloco causou frisson no desfile de 1981, quando trouxe um conhecido homossexual do bairro, vestido como destaque feminino, no carro alegórico: parece que as “meninas” da Pavuna de-li-ra-ram com a ousadia columbiana, que antecipava em sete anos o famoso desfile da Beija-Flor (1988) em que o Jorge Lafond apresentou-se vestido apenas com uma camisinha enfeitada. (Falando na Bejá-Fulô, a bandeira e as cores do bloco eram azul e branca, com um passarinho desenhado, lembrando a dita cuja associação nilopolitana).
A mobilização dos moradores conseguiu até que o bloco tivesse sua própria quadra, após anos sediado numa casa de Rua Edmundo Júnior. A sede foi construída em 83, creio, no terreno da atual sede da Associação de Moradores (AMC); contudo, já a partir de 1985, a queda de frequência ao bloco, unida a intrigas internas, fizeram com que o Amor à Natureza entrasse em rápida decadência, realizando seu último e melancólico desfile em 1987. Mas até hoje, tenho certeza, alguns senhores respeitáveis suspiram e se abanam, saudosos, quando lembram dos desfiles do bloco.

1º Colúmbia Rock Festival

Corria o ano de 1993 quando os músicos do bairro - aqui sempre houve muitos, não é à toa que hoje temos até uma escola de música, mas isso é tema pra outro post... - resolveram organizar um festival de rock para divulgar seus próprios trabalhos. Assim, nos dias 01 e 02 de maio daquele ano foi realizado o 1º Colúmbia Rock Festival. O palco do show foi montado no campo do Queiroz, exatamente onde hoje fica o ponto final das kombis e as caixas de som faziam com que a zoeira fosse ouvida até em Acari.
Composto por sete bandas - três do bairro e quatro convidadas - o festival foi aberto pelo grupo Manifesto e encerrado pelo Syd, cujo show durou cerca de três horas. Além dessas duas, participaram do festival as bandas Mortal Hate, Expresso Apocalipse, Reprekaos (punk puro!) , e as locais Osso (trash metal de primeira!), Clóvis da Noite (cujos membros se apresentaram vestidos de bate-bola e tocaram um hardcore muito doido) e o Syd (considerada pela crítica a melhor banda cover do Pink Floyd do Brasil, e cujo vocalista performático surpreendeu a todos ao descer do palco correr por volta de todo o campo e escalar a torre de som).
O Colúmbia tremeu com toda a sonzeira que essa rapaziada fez!!!