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sábado, 18 de junho de 2011

A Festa da Igreja

   Gente boa que me lê, como no próximo sábado, 13 de junho, será o dia de Santo Antônio e muita gente vai fazer simpatia pra casar logo, resolvi postar hoje sobre a mais sólida tradição do Parque Colúmbia, e que, para muita gente, é a única coisa que realmente funciona no bairro: a festa junina da Igreja Católica.
   Conhecida simplesmente como “festa da igreja”, esse tradicional evento columbiano ocorre tradicionalmente no mês de junho – se não, não seria junina, pô! – a festa é das mais tradicionais: barraquinhas típicas, quadrilhas dançando, meninas levando os rapazes presos e, é claro, muita azaração. A festa deve ter começado ainda na década de 60, afinal a Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser construída justo em 1960, com a chegada do Pe. Eugênio, mas o certo é que a festa ocorreu sempre no mesmo lugar, na rua General Etchegoyen, em frente à paróquia. 
   Durante a festa sempre se apresentam diversas quadrilhas, locais e convidadas, mas a mais conhecida, tradicional e aguardada é a “Quadrilha dos Coroas”, formada apenas por quem já passou dos 50. Existindo desde fins dos anos 70 – até onde eu consigo me lembrar – é claro que a maioria dos coroas originais já estão celebrando as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro na companhia dos próprios, mas como a velhice é um lugar para onde todos estamos indo, não faltará gente para repor os quadros associativos da quadrilha. 
    Ao longo de todos esses anos, a festa sempre teve anos mais movimentados e outros bem apagadinhos, teve até um ano em que foi feita dentro da própria igreja, em razão da violência no bairro. Mas há alguns lances que têm de ser lembrados. Houve uma vez, ainda nos anos 80, que uma equipe de som foi chamada para animar a festa. É óbvio que, lá pelas tantas, a festa junina já tinha virado um baile, cheio de “balanço” – como então era chamada o funk - quando o animador, um cara chato pra cacete, viu o Diógenes dançando lá embaixo e anunciou: “Daqui a pouco, com vocês, o dançarino maluco!!!” e tanto insistiu que levou o Dio pra dançar no palco. Entrevistando aquele que, hoje, é dono da melhor e única pastelaria do bairro, o Dio contou um monte de piadas e, imitando o Sílvio Santos, começou a deixar o “animador” da festa semgração. Daí, ele botou um monte de músicas pro Dio ficar dançando no palco, sendo aplaudido e zoado pela galera lá embaixo.
   Outro lance engraçadíssimo acontecera uns anos antes: o Pe. Eugênio ganhara, de presente para a paróquia, um rechonchudo leitãozinho. Bonitinho, rosinha, até parecia com o “Babe”, do filme “O porquinho atrapalhado”. Bom, igreja não é lugar de porco, e, como nosso bom pároco sabia disso, resolveu fazer um sorteio de brindes durante a festa, oferecendo como prêmio o dito bichinho. Até aí, tranquilo, só que porco não é animal de estimação e, na hora h, a ganhadora do bicho declarou em alto e bom som: “Olha seu padre, eu queria doar o porco pra paróquia, porque, o senhor sabe, a minha casa é pequena... Por quê o senhor não sorteia de novo?” e lá foi nosso sacerdote realizar um novo sorteio, só que, dessa vez, o ganhador não apareceu – eu vi o sujeito escondendo o número sorteado no bolso e saindo de fininho. Novo sorteio, e nada. Mais um, e outro, e o padre já estava exasperado com isso e, enfim o porco saiu pro Seu Zé, morador antigo, que criava porcos num sítio em Magé e que ficou muito feliz com o aumento repentino de sua vara (Calma, galera! “Vara”, é bom lembrar, é o coletivo de porcos, ok?) Eu ainda ouvi o padre comentar com o seu Gilson Mello, de saudosa memória, que “O porquinho bem podia ter saído pra alguém que soubesse fazer um leitão à pururuca”. Espero encontrar vocês todos lá, para que no ano que vem eu poste alguma coisa nova sobre a festa.

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